PALESTRA 06 - IGREJA TENRIKYO AMAZONIA

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Demonstrando a alegria de estar sendo vivificado no hinokishin

 De acordo com as providencias de Deus-Parens nós somos vivificados e vivemos agradecendo a Deus e a Oyassama o dia-a-dia que nos é concedido. Mas, tenho uma grande preocupação, pois, vivendo em uma sociedade como o Japão onde há paz, segurança, e satisfação no dia-a-dia, aos poucos vai se enfraquecendo o sentimento de gratidão pela vida que é sustentada pela providencia de Deus-Parens, e acostumando se com as regalias, tudo começa a se tornar comum ou natural às pessoas.

 Há alguns dias atrás, eu estive presente numa reunião onde durante a refeição, uma senhora me servil deixando na minha frente um banquete. Tentei falar a essa senhora que era muita coisa e eu não iria conseguir comer aquilo tudo. Mas, a senhora sorrindo falou: “Por favor! Por favor!” E se recolheu. Na reunião, conversei com as pessoas em minha volto, passando assim o tempo até o termino da reunião. Mas, ainda havia muita comida sobrando em cima da mesa. Eu acabei me afastando da mesa como o resto do pessoal. No entanto, naquela comida que sobrou em cima da mesa, havia ali a comida que foi preparada exclusivamente para mim. Percebendo minha atitude fiquei sem palavras.
 Mesmo que, há algum tempo, venho falando aqui na frente de todos que tudo o que recebemos durante a vida é dádivas concedidas por Deus e que devemos ter mais cuidado com as coisas concebidas e não desperdiçá-las. Graças ao fato, pude perceber que, por eu não ter conseguido lidar com aquilo, eu mesmo não estou inteiramente vivendo de acordo com os ensinamentos, onde pude fazer uma profunda reflexão sobre isso.

 Há mais ou menos 10 anos atrás, no curso de formação espiritual para estudantes universitários, no concurso de oratória e vivência, um garoto tailandês que veio fazer intercâmbio no Japão, falou em seu discurso que seu pai era criador de camarão e que quando ele era criança, pegou um camarão que havia pulado do viveiro e ficou brincando. Seu pai quando o viu brincando com o camarão, brigou com ele dizendo que ele não podia ficar brincando com o camarão e era para por logo no tanque, pois, ele não estava criando os camarões para ele e sim para exportar para o Japão.

 Após esse acontecimento, o rapaz começou a se interessar e buscou saber que população é essa que come o camarão que seu pai cria com tanta dedicação. Começou a ter interesse no Japão e na população japonesa. Estudou a língua e varias outras coisas sobre os japoneses. Teve tanto interesse que passou na prova de intercâmbio para o Japão, onde pôde estudar na Universidade de Kanazawa e viver no Japão. Mas, no primeiro dia, na festa de boas vindas, ele teve uma amarga experiência. No começo da refeição, no banquete havia camarões empanado que supostamente seria o camarão que seu pai criava. Quando ele pôs na boca aquele camarão, o rapaz começou a chorar. Pois, na Tailândia, ele não teve a oportunidade sequer de experimentar aquele camarão que seu pai criara.

 Assim, após a festa ter terminado, ele ficou preocupado com o tanto de comida que havia sobrado. Observou que no canto do quarto, havia alguém pondo as sobras num saco e se assustou com o que estava vendo. É claro que havia muitos camarões também. Não contendo o susto, aproximou-se da pessoa que estava juntando as sobras e perguntou: “O que vocês vão fazer com isso?” E a pessoa respondeu que aquele saco com as sobras iria ser jogado fora.
Devido esse fato, o rapaz começou a se arrepender de ter ido ao Japão. Mas, por acaso, ele conheceu um rapaz que era da tenrikyo na universidade que estudava e escutou sobre o ensinamento e sobre o que Oyassama nos havia passado. E o rapaz falou: “Ah! Que bom! É ótimo saber que há um ensinamento tão maravilhoso assim aqui no Japão! Por favor, me leve nesse lugar!” E foi assim que ele teve a oportunidade de participar do curso.

 Eu comecei a pensar sobre o que esse garoto havia dito no discurso. Quando fui convidado para aquela reunião, eu também me senti mal como aquele garoto vendo tanto desperdício. Levei um choque quando percebi que estava fazendo a mesma coisa que qualquer um que ainda não tenha o conhecimento deste caminho e me arrependo até hoje. Certamente que os ensinamentos que Oyassama nos passou e os esforços no dia-a-dia para poder se aproximar desse ensinamento é que é o caminho para a vida plena de alegria e felicidade, e acho que é isso que está faltando.

 Mesmo pensando nas palavras de Oyassama que dizia: “Use as coisas com cuidado, use com coração, tudo é coisa concedida por Deus!” Mesmo pensando nisso, no dia-a-dia, o quanto realmente estará pondo em pratica? Nem que seja um ou dois passos, o quanto será o esforço de cada um para alcançar ou aproximar-se das palavras do Parens no dia-a-dia?
 Acho que isso é uma das bases para a nossa salvação. Não esquecendo também de se esforçar e por em pratica no dia-a-dia, “o espírito de salvar os outros”.
Acho também que essa seria o verdadeiro caminho de todos os youbokus, que verificando em seu coração, e tendo mais uma vez a certeza de que esse é o caminho sem erro para a vida jubilosa, trilhemos deste modo para a festa dos 120 anos do ocultamento físico de Oyassama.
O agradecimento da maravilhosa vida que nos é concedida, o crescimento dos filhos com saúde, o agradecimento pelas providencias divinas que sustentam a evolução e o crescimento do filho, o amor a Deus, a retribuição sincera ao céu e a reflexão sobre nossas atitudes no hinokishin. Acho que poder agir e retribuir dessa forma é que é a base que ilumina o dia-a-dia para a vida plena de alegria e felicidade.

Chefe da igreja-mor Honshiba,

Yoshihiko shirokihara


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